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INTRODUÇÃO

Desde o início da década de 1980, a identificação do HIV/AIDS constitui um desafio para a comunidade científica global, sendo considerado um problema de saúde pública, de grande magnitude e caráter pandêmico que envolve diversos atores sociais, atingindo os indivíduos sem distinção social, econômica, racial, cultural ou política.

No Brasil, o grupo populacional entre 13 e 19 anos continua apresentando taxas crescentes de incidência de AIDS.

A abordagem sobre o HIV/AIDS pode ser realizada por meio de programas em saúde que envolvem os estudantes tanto individualmente quanto em grupo, usando como base palestras e/ou dinâmicas diversas acerca das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), inclusive a Aids. Além disso, alguns fatores podem influenciar no melhor entendimento dos alunos sobre essas doenças, como a participação da família, qualidade de vida e a educação.

Em relação à fonte de informações dos adolescentes sobre DST e o HIV/Aids, 60,6% afirmaram utilizar a televisão como principal meio para obter informações acerca dessas doenças, seguido por 49,3% que referiram a escola com o professor como principal fonte disseminadora de informação. Desse modo, torna-se imprescindível a realização de práticas educativas voltadas à temática da sexualidade, principalmente no ambiente escolar a respeito da prevenção do HIV, visto que a escola atua como agente facilitador no processo de aprendizagem dos estudantes, estabelecendo uma troca de informação dos alunos com os educadores.

Dessa forma, salienta-se a importância da escola como um ambiente onde se trabalha conhecimentos, habilidades e mudanças comportamentais em diferentes áreas do conhecimento humano, tornando-se o local mais adequado para as ações educativas e promotoras em saúde

Também é importante o processo de aconselhamento que contém três componentes: apoio emocional, apoio educativo e avaliação de riscos. O apoio educativo trata das trocas de informações sobre DST e HIV/AIDS, suas formas de transmissão, prevenção e tratamento. A avaliação de riscos propicia a reflexão sobre valores, atitudes e condutas, incluindo o planejamento de estratégias de redução de risco.

Em se tratando de adolescentes o aconselhamento adquire um valor ampliado, por ser uma fase da vida de aquisição de novas competências e habilidades que vão contribuir para a garantia do autocuidado à saúde na idade adulta. O diagnóstico de uma doença crônica e incurável como a Aids na adolescência é fato impactante, pois pode provocar variadas mudanças no cotidiano, na vida estudantil, no processo de socialização fora do ambiente familiar, entre outras, impostos pelos sinais e sintomas da enfermidade e também por seu tratamento.

Do ponto de vista psíquico, a adolescência compreende uma fase de perdas e lutos, do corpo e da identidade infantis, dos pais da infância. Quando um adolescente apresenta uma doença grave neste período, estas perdas e lutos serão muito mais dolorosos e difíceis de serem superados e a vivência da doença se dá com maior sofrimento. Neste sentido, o aconselhamento pré e pós-teste HIV da forma como for realizado pode aumentar ou reduzir o impacto do diagnóstico e a adesão ao tratamento.

Nesse sentido, para os profissionais que buscam cuidar dos seus pacientes em todas as suas dimensões é fundamental identificar as particularidades, os desejos e as dificuldades, na perspectiva dos próprios adolescentes.

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